Afinal, qual o valor justo para um ingresso do nosso tricolor?

O anúncio extraoficial dos valores dos ingressos praticados pelo Joinville Esporte Clube no Campeonato Catarinense de 2023 causou frisson. Enquanto parte dos torcedores entendem que os preços são justos, outra parcela acredita que o valor está acima daquele que deveria ser praticado. Ambos têm formas de justificar seus pontos de vista e profetizam suas verdades. Mas você sabe como o Joinville faz para calcular o valor mínimo de um ingresso?

Segundo estudo conduzido pelo controller André Gusthavo, hoje o JEC precisa colocar 1.651 pagantes na Arena para alcançar o ponto de equilíbrio e bancar a operação de um dia de jogo sem prejuízos. Isso significa zerar o custo operacional, formado por fatores como taxas públicas, despesas com pessoal, equipes de segurança e limpeza, iluminação, entre outros. Alguns custos são fixos e outros variam conforme o público presente.

“Isso não significa que temos lucro a partir do momento em que alcançamos esse público, pois quanto maior o número de torcedores presentes na Arena, mais pessoal precisamos ter na retaguarda para proporcionar conforto e segurança a todos”, pontuou Gusthavo. “Trata-se de uma despesa exponencial”, esclareceu.

Para chegar a esse número, o profissional utilizou metodologias de precificação (pricing). A título de comparação, no Campeonato Brasileiro da Série B de 1997 o torcedor do JEC pagava por um ingresso R$ 10 na descoberta, R$ 20 na coberta e R$ 35 na numerada. “E estamos falando de jogos no saudoso Estádio Ernesto Schlemm Sobrinho, 26 anos atrás, com suas arquibancadas basicamente de metal e madeira, além de seus banheiros ao ar livre”, recordou o presidente Darthanhan Oliveira.

Se corrigidos apenas pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M), da Fundação Getulio Vargas, o preço atual dos ingressos seria de R$ 82 a descoberta, R$ 165 a coberta e R$ 289 a numerada. Valores acima daqueles que o Joinville irá aplicar nesta temporada. “Pouca gente sabe, mas temos custos desde a impressão dos ingressos, em torno de R$ 0,80 de taxa por bilhete. E isso vai se juntando a outros valores para compor um custo operacional inicial de R$ 35 por torcedor que acessa a Arena Joinville em um dia de jogo”, acrescentou Gusthavo.

Outra comparação que pode ser feita é com as demais formas de entretenimento do joinvilense. Atualmente, quem quiser assistir a um filme nos cinemas de Joinville terá que desembolsar por um ingresso entre R$ 28 e R$ 36, sem contar o custo do estacionamento. Para assistir aos shows do Matuê ou dos Paralamas do Sucesso, os joinvilenses precisarão investir entre R$ 80 e R$ 240 por uma entrada. E para ir ao teatro, o preço médio cobrado é de R$ 100.

“O caro ou barato é relativo, vai da opinião de cada um. Nossa preocupação é oferecer ao torcedor um ingresso a preço justo, sem que a instituição Joinville Esporte Clube tenha prejuízo financeiro”, analisou Darthanhan. “O torcedor precisa entender essa matemática, assim como que o preço do ingresso não é fruto de achismo, dos caprichos da diretoria”, reforçou o presidente do tricolor.

Texto: Henrique Porto | JEC

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